quinta-feira, 23 de março de 2006

POLITICA NO BRASIL



ALCKMIN x
LULA



Com o fim da novela tucana sobre a definição do candidato do partido à Presidência, as duas principais peças do xadrez político já estão no tabuleiro.


O presidente Lula, mesmo sem assumir que tentará a reeleição, e o governador paulista, Geraldo Alckmin, são os principais nomes da disputa.

Pela primeira vez, no atual regime democrático brasileiro, o eleitor poderá escolher entre candidatos de partidos que já governaram o país ou ainda estão no poder.
Na opinião de cientistas políticos, a polarização entre Lula e Alckmin nas eleições deste ano certamente afetará menos o cenário econômico e poderá encerrar a disputa já no primeiro turno.
"Tanto Alckmin quanto Lula são candidatos reconhecidamente pró-mercado e, por isso, não se deve esperar grandes heterodoxias nos programas de governo de um ou de outro. É uma eleição que deve gerar muito poucas incertezas, e que as divergências entre um e outro serão mais sobre questões adjetivas e não substantivas", disse Rogério Schmitt, cientista político da Tendências Consultoria."Pelo andar da carruagem, é provável que essas candidaturas polarizem tanto esse processo político, que é possível que as eleições se encerrem no primeiro turno", afirmou Marco Antonio Teixeira, cientista político da FGV-SP.

Definidas as estrelas da disputa, as atenções no tabuleiro político se voltam para um tema que, no Brasil, tem pouca importância para o eleitorado na opinião dos analistas, mas é considerado vital para os políticos. As alianças partidárias.E nesse cenário, PMDB e PFL ganham destaque e passam a ser assediados pelas principais legendas."Esses partidos são importantes não só para a disputa das eleições, mas também para a governabilidade. Ganhando Alckmin ou ganhando Lula, tanto PT quanto PSDB terão de fazer alianças para governar e ter maioria no Congresso. É por isso que PFL e PMDB são tão importantes", disse Schmitt.

Especialistas dão como certo que o PFL vai cobrar caro, mas estará ao lado dos tucanos.Já o PMDB ainda ensaia candidatura própria, mas nada garante que Anthony Garotinho ou Germano Rigotto estarão de fato na disputa.Para o analista político da FGV-SP, a candidatura Alckmin deixa o PMDB mais próximo dos tucanos do que do PT."A ala governista do PMDB é minoria no partido.


Boa parte das pessoas que caminharam com Lula em 2002, hoje, faz oposição forte ao governo do PT.

Eles preferem apresentar uma candidatura própria para a platéia, mas a tendência é que eles apóiem com o PSDB", disse Teixeira.E se coligações e alianças ainda são uma incógnita no atual cenário, a recuperação da imagem de Lula perante a opinião pública é um fato concreto.
Teixeira aponta dois motivos para a recuperação. A retomada de iniciativa por parte do governo, como inaugurações de obras pelo país, e a falta de provas materiais que comprovem as denúncias feitas durante a crise política."Talvez aquela versão do presidente, de que ele não sabia de nada, tenha sido mais convincente para o eleitor do que a versão que a oposição passava, de que o presidente era, no mínimo, omisso", afirmou o cientista político da FGV.
Já o analista da Tendências afirma que o escândalo do "mensalão" e outras acusações envolvendo membros do governo petista são temas que facilmente podem ser ressuscitados ao longo da campanha, apesar da estagnação da crise política."Em termos de popularidade, Lula não voltará a ser o Lula de 2003 e de 2004.

Ele voltou a ser o Lula de 2005, que já era um Lula um pouco enfraquecido. Nenhum presidente consegue chegar ao final do seu mandato com o mesmo índice de popularidade que tinha no início. Ele pode não ser mais o favorito para vencer as eleições, mas é muito competitivo e tem chances reais de se reeleger nas urnas", disse Schmitt.

FONTE:

Redação Uol, Ciesp, Reportagem Globo

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